“Esse carro está muito barato, vou comprar!” Cuidado!

Na Coluna do Consumidor desta semana, Dra. Renata Ruback fala sobre golpes podem enganar o consumidor no ambiente virtual. 

O ambiente digital proporciona maior conforto para os consumidores que podem realizar compras sem sair de casa e esse é um ponto bastante positivo. Porém, não posso deixar de ressaltar que também existem no mercado muitos golpistas que se utilizam desse ambiente para enganar os consumidores que podem acabar sem o dinheiro e sem o produto. Não caia nessa! 

Imagina o tamanho do prejuízo quando estamos falando da compra de um um carro, por exemplo? No artigo de hoje falarei sobre o os cuidados que os consumidores devem ter na hora de negociar um automóvel pela internet, um sonho de consumo de muitos brasileiros. 

Vendas pela internet devem ser observadas com cautela pelos consumidores, ainda mais em se tratando de bem de alto valor. Essa preocupação se justifica, pois os golpes na internet são frequentes e para se proteger o consumidor deve primeiramente entender como isso funciona. 

A vítima vê o anúncio no site e entra em contato pelo WhatsApp que foi disponibilizado como contato. Normalmente esse anúncio possui fotos reais enviadas por um vendedor verdadeiro. O criminoso faz então uma espécie intermediação e convence o vendedor que não sabe do golpe a levar o carro para o comprador ver e testar o veículo. 

Visto o veículo, é feito o depósito na conta informada  pelo golpista, então o dinheiro é imediatamente sacado sem que haja chance da operação ser cancelada. A partir daí o estelionatário desaparece. 

Esse é apenas um exemplo das várias formas utilizadas para enganar consumidores no mercado. Os criminosos estão cada vez mais criativos, é verdade, mas um consumidor atento e bem informado saberá se precaver. 

Portanto, antes de comprar um carro utilizando a internet, o consumidor deve tomar alguns cuidados para não acabar saindo com um problemão! 

Na maioria das vezes o golpista se passa por um vendedor de loja, ou até mesmo uma pessoa física que por alguma razão urgente precisa vender rápido aquele bem e o oferece por um valor bem abaixo do mercado. 

Essa é a principal dica. Desconfie de preços muitos baixos. Com uma simples pesquisa na internet já é possível verificar o valor médio de carro pelo seu ano e em determinada localidade, portanto apenas o baixo valor não deve ser a única razão para que se feche o negócio. 

Pesquisar a reputação da empresa. Hoje com as redes sociais uma empresa que não atende bem os seus clientes pode ser facilmente detectada fazendo uma simples pesquisa na internet. 

Outro ponto muito importante é verificar se o site disponibiliza um canal de comunicação, endereço e CNPJ. Quando o site da empresa deixa de disponibilizar um canal para que o cliente entre em contato, já é um forte indício de que pode ser um site falso criado para aplicar a fraude. 

No caso de compra de carro, normalmente o pagamento ocorre de forma parcelada através de boletos, mediante um contrato assinado. Um financiamento desse porte pode levar anos, então acompanhe de perto todo o processo para não acabar comprando um carro que não existe. Já tiveram casos de pessoas que pagaram por anos um veículo e nunca conseguiram transferir a propriedade para o seu nome. 

Nunca feche um negócio através de depósito bancário para receber as chaves depois. Alguns chegam a fingir não estar no estado, ou até mesmo no país e solicitam um depósito como condição para entrega das chaves. Já em compras entre pessoas físicas é muito comum que seja disponibilizado o WhatsApp para facilitar o contato, porém é uma ferramenta precária, são utilizadas linhas pré-pagas e os criminosos simplesmente somem ao identificarem o depósito, como no exemplo acima. 

O ideal é que os interessados em comprar ou vender um bem nunca confiem em anúncios com ofertas imperdíveis e jamais efetuem negócios através da internet sem conhecer quem está por trás daquela negociação. Depósitos em conta sem qualquer tipo de comprovação devem ser evitados. 

Não confie nas informações de perfis em redes sociais, alguns estelionatários se utilizam de fotos de vendedores de perfis reais para aplicar esse tipo de golpe ou se passando por vendedores vinculados a uma empresa séria. Sempre cheque antes de passar qualquer dado para fechar negócio. 

Caso desconfie de algo errado não deixe de consultar o seu advogado antes de fechar o negócio. 


Renata Ruback é Advogada, Pós-Graduada em Direito Público e Privado pela FEMPERJ, Secretária Executiva do CONDECON, Assessora-chefe do PROCON CARIOCA, Delegada da OAB/RJ, membro das Comissões de Defesa do Consumidor, Prerrogativas, Juizados Especiais Estaduais, Esportes, Publicidade e Serviços Jurídicos na Internet, da OAB/RJ, do Fórum de Procons do Rio de Janeiro, da Associação Brasileira de Procons – PROCONSBRASIL, integra o Conselho de Usuários em empresas de telecomunicações e Presidente do Conselho de Usuários da TIM. 

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Renata Ruback

Advogada especialista em Direito do Consumidor





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